Fettuccine alla Paillard.

Fettuccine a moda do Paillard.





A história é esta: Paillard comprou um restaurante a um italiano. O italiano cometia sua culinária direcionada a colônia italiana de Paris. Uma vez por semana, acontecia a feira-livre diante de seu restaurante. O bom italiano fazia marmitas para os feirantes, que em geral eram italianos. Paillard não botou fim a este relacionamento, mas mudou algumas coisas. Uma delas foi aproveitar as aparas de carnes e outras nem tão nobres, por exemplo, o cordão do filé-mignon. O que fazia Paillard? Batia as carnes até romper sua dureza. Enfim. A sua clientela de sala, mudou, saíram os italianos entravam os franceses. E nos dias de feira-livre os feirantes comiam suas marmitas, mentre chegavam os comensais, que sentindo o aroma do prato, perguntavam: ... ? E os italianos respondiam é o fettuccine alla Paillard. Os comensais começaram a pedir que Paillard os obsequiasse com aquele acepipe, e o fettuccine entrou no cardápio. O fettuccine à moda do Paillard é uma delicadeza. Como toda delicadeza, simples. Paillard batia os bifes, e cortava em tirinhas e passava por frigideira com manteiga. Pimenta do reino
. Sal. Veja bem, nada aqui é facultativo. Ainda que se possa encontrar o descalabro bife batido (finíssimo) à Paillard coberto com macarrão, não tem nada a ver. 

Penne alla Vodka.


Penne alla Vodka.


Comi essa delícia no restaurante do Fernando, na rua Padre Almeida nos idos de 1999. Fernando vinha de uma estadia na Inglaterra, onde fora chef de cozinha. Juntou uns penics e voltou para Campinas, sua terra natal e “montou” o restaurante. Tinha receitas novidadeiras. Sua especialidade era 'pasta'. Dentre tantas a que me saltou dentro do olho, foi justamente o Penne alla Vodka. Não conhecia Fernando, mas acabei, de tanto voltar ao local do crime, por conhecê-lo. E num encontro fora do restaurante, que era decorado com camisas dos clubes italianos, me passou a receita. O que me encantou na receita, como nos livros de sebo, foi o olor, o cheiro. Um cheiro bem marcado, vincado e quebradiço de história. Algo de fungo. Algo de madeira. Inquietante.


 Agora o divertido é que a minha companheira de então não lhe agradava a pimenta. Ela havia sim comido no restaurante, e pardeus, apreciado! Mas quando me propus fazer em casa, ela disse-me assim 'faça sem as pimentas'. Espanto. O resultado foi pífio. Questionamos a qualidade do sugo, da vodka do toucinho... não contente fi-lo por que qui-lo outra vez, e porque já se me adivinhava, com as pimentas. Eureka.


Cozinhe o penne 2 minutos menos do que manda a embalagem, porque ele voltará à frigideira, terra do molho, para terminar o cozimento, e ao desprender algo de trigo, ajudar a espessá-lo.

Ao se tratar de uma sutileza, seja sutil, usando pimentas, mas poucas, secas, entre elas a dedo de moça, que se pode encontrar seca em saches com a pompa de pimenta calabreza. Há outras, eu tenho umas malaguetas, que sequei-as deixando destapadas na geladeira e umas pimentas de cheiro, idem. O sugo que seja o mais puro tomate, sem aditivos. Tomates pelados, cozidos, batidos, peneirados e incorporados depois do fogo causado pelo copo americano de vodka. Faço o fogo, famblo, o refogado de toucinho bem torradinho, cebola roxa bem dourada, rs, um dentinho de alho um tiquinho de cada pimenta, que isso não é comida baiana, deixo o molho engrossar, engrossar a ponto de fazer craterinhas, como se fosse uma lua vermelha, então como dizem os portugueses, deito a pasta, mexo e remexo, o divertido é fazer o molho penetrar nos tubos do penne, desligo, espero uns dois minutos, para que descanse, ele e eu. Então zás, de colher.   

Gourmandise: Costela e Chuleta de Boi\Vaca Faisandè!





Alem do Contra-filé e a Chuleta, a Costela também se deixa em câmaras frias por 6, 8 meses a carne ''maturando'' sem vácuo, é o método de Brillat Savarin e Grimod de la Reynière aconselhavam para a carne de caça, muito usado para o Faisão,
e que já provei com a Galinha d'Angola, a propósito de obter ''l'alteration de la senteur'' (modificar o aroma), agora sendo usado para maturações de longa duração para o vacum, supondo um tipo de ''faisandage'' controlado que foi muito usado na França do séc XVIII. Este método está sendo usado para animais velhos, seja, como os que são vendidos aqui - Brasil -, maduros, e não os novilhos; o método é idealizado para se fazer direto na brasa uma bela costela, uma chuleta grossa, um contra-filé alto, e conseguir a textura e macieza que tanto nos agrada, sem ter que perpetrar os famosos embrulhos com papel alumínio e o bafo tão demorado.
O Chef que botou em prática tal façanha, ironicamente, é de uma terra de pouca carne de vaca, Suécia. Seu nome Magnus Nilsson, melhor restaurante do mundo em Fäviken, segundo a Michelin e a famosa inglesa Restaurant.
Vou tentar, daqui a seis meses aviso.


Comida de buteco: Linguiça de Dumont!


Linguiça de Dumont frita em óleo abundante, cebola roxa confitada em azeite a 80 graus celsius e tomate confitado em azeite junto com a cebola. Papo sério esta linguiça!

Galinha Caipira Bêbada com Arroz Negro à banda! E Monk!



No fundo Thelonius Monk Quintet – 1959 Jackie-ing, então tinha quatro meses, para começar...

Passei pela Av. Lusitana uma infinidade de vezes, sempre namorando as galinhas, num armazém que tem de um tudo, inclusive galinhas vivas, primeiro foi uma d'Angola, quando fui a comprá-la havia sido vendida, sorte dela. Sábado comprei uma carijó, ficou aqui em casa até ontem, dentro de uma gaiolinha, pobrezinha, a comer milho e beber Heinecken. Viciou na cerveja. Acordava bêbada! Dormia bêbada! Eu e ela, mas eu sou humano, desumano, e como galinhas! Escrevo isso tentando entender essa maluquice, mas não vai ser agora, que quero escrever uma receita. Uma receita é uma sentença sem embargos infringentes, acabou tá acabado. Assim que saibam os quantos estão a ler, que a carijó subiu no telhado! Havia pensado em fazer galinha ao molho pardo, que aprendi em Três Corações, com a Zezé, a mãe do Zé. Mas a minha mãe, torceu-lhe o pescoço, à galinha carijó. Foi uma falha de comunicação. Ruídos, para sempre.

Ficou, depois de depenada, dentro da geladeira do fundo que uso para minhas experiências, dependurada pelo pescoço, limpa por dentro a escorrer do sangue. A maldade não vê limites. Monk Misterioso.
Como um Robespierre mais que pragmático, esquartejo-a! Coxas. Sobrecoxas. Peito. Asas. Sobrecu. Tiro a pele de algumas partes e de outras não, a asa, por exemplo, não. Epistrophy! Live in Japan. Charlie Rouse, Butch Warren and Frankie Dunlop!

Começo por bronzear as partes numa frigideira. Os miúdos, todos, pés, cabeça, carcaça, coração, figado e moela os douro numa panela com cebola, cenoura, salsão, dentes de alho e um tomate cortado em quatro. Quando tudo está dourado, acrescento um bocado de Heinecken, que foi a cerveja que ela bebeu. Enquanto isso na frigideira grande vou dando voltas aos pedaços da galinha, temperados com sal, pimenta do reino e só. Dourando. Como me ensinou uma sorocabana, a Flávia, quando dou o tombo nos pedaços, somo um golinho de água. Deixo secar. Volto a dar a volta e mais tiquinho de Heinecken. E assim vou até que tudo esteja dourado. Vertig! Como dizem os tedescos. Pronto.

Na panela com os miúdos a heinecken secou, então acresço dois litros d'água, quando reduzir pela metade, coo-o. O líquido cozerá o arroz, uma parte, a outra junto aos sucos do cozimento dos pedaços de frango, para fazer um molho denso, cremoso, pouco, mas sem nenhum truque (amidos, gemas, gelatinas só as naturais do bicho). Os miúdos.Monk, Evidence, ainda no Japão! Os miúdos que têm osso, como têm no plural tem acento, vou separando os ossos das carnes, poucas, mas muito saborosas. O melhor é fazer esta operação com os miúdos ainda quentes, quer dizer, suportavelmente quentes para as mãos! Na cabeça tem sabores interessantes! Mas cuido de não deixar seus pequenos ossos acompanharem a pouca carne e assim pouco mais do mesmo com as costelas.
Esta carne vai no arroz!
O arroz preto - outra receita, mais uma -  demora-se mais no seu cozimento, como o Paulo no banho, canta, imita o Alceu Valença, sem saber nada de Alceu Valença! Flamenco Sketches! Com Miles Davis, Kind of Blue. Mas quando estiver cozido pela metade, e o caldo secado, faço um refogado com cebola roxa, alho e manteiga. Somo o arroz cozido a meias. Deixo que absorva o que puder e vou dando-lhe caldo, caldo e caldo. Listo! Como dizem os espanhóis.
O molho está espesso. A galinha dourada. O arroz cremoso e mando para o ar seu olor amendoado.
MonK in Norway, Quarteto Performing Monk Blue, 1966, já tinha 7 anos.

a foto ficou ruim a beça!



Vinho I. Solo.

Vinho I.
Solo.





A videira encontra sua delicia de viver em solos pobres, os solos úmidos, barrentos e muito férteis são para os cereais, hortas, frutas e legumes.
As raízes, de videiras, bem desenvolvidas pode ir a dez metros de profundidade em busca de água e oligoelementos de que necessita.
irrigação
Os melhores solos (ruins) são aqueles que podem superar as condições climáticas, que permitem uma boa drenagem e que dão água regularmente à videira.
Os elementos que a planta necessita encontrar para um bom desenvolvimento é o fósforo, potássio e nitrogênio.
Grosso modo, o solo caracteriza o vinho das seguintes maneiras:
Areia: leveza, fineza e permeabilidade.

Granito: aromaticidade, afrutamento, suavidade, imediata ou acidez suave ao final.
Arenito: nervos, enxuto, encorpado e acidez sutil;
Calcário: carnosidade, elegante e acidez cítrica e fina.
xisto
Argila: grosso, gordo e quase tânico.
Xisto betuminoso: adelgaçado, austero e mineral.


Noz. Nozes.

Noz. Nozes.

A noz é pura saúde enclausurada. Contém dez ou mais antioxidantes, e muita proteína ( 1g em 7 de noz) além das fibras ( 1 g em 14 de noz).
É um dos poucos frutos que aportam melatonina, e que ajuda a regula o ciclo do sonho. No mais, descobriu-se que as nozes têm o dobro de polifenóis que os outros frutos secos. Segundo a doutora Wendy Brazilian ''é bom pra tudo'' reduz colesterol, regula pressão cardiovascular, ainda tem propriedades anti-inflamatórias, ajuda produzir espermas de qualidade e ajuda a retardar a demência.

Prefiro as nozes em si, ou para fazer um pesto, na massa de pizza, de pão, com queijo gorgonzola ou uma coalhada bem azeda, mas com mel.


Outros frutos secos: amêndoas, castanha do Pará, amendoim, pistaches, avelãs, castanha de caju, macadâmia e pecãs.    

Jang: Umami engarrafado!


Jang: umami engarrafado!

É o produto ''revelação'' da alta gastronomia, Jang Sauce, molho Jang já foi visto pelas prateleiras mais sofisticadas da grande metrópole, e disponível para os amantes dos sabores da cozinha asiática. É soja fermentada, coreana, e sua função é realçar e equilibrar os sabores do prato, de forma ''natural'' e sem esconder o gosto de cada ''ingrediente''. É uma versão do Umami, seja do ajinomoto, sofisticada, o quinto sabor, além do doce, amargo,salgado e o azedo.
Diz-se que na Coreia, está presente em 90% das receitas. Algo como o que se passa por aqui com o ajinomoto.  

Regalos de Peru.

Regalos de Peru.



Tenho um amigo peruano em Ribeirão. Don Carlos. Carlos é um 'maestro' de la cocina peruana, limenho, trabalhamos juntos em algum restaurante, aqui. Me ensinou a fazer ceviches, leche de tigres, taco-taco etc. Agora recebeu visita de um amigo que me trouxe umas pimentas, milho etc. Coisas  para a cozinha. 

Assim que estou me divertindo com os presentes. Assim que fizer coisas bonitas e gostosas publico. Por hora só os ingredientes.
Maiz para las palomitas. milho pipoca gigante. 
Maiz morado
Aji panca. Pimenta para guisados.
Aji limo. Pimenta para ceviche.
Aji amarilla. Para las papa causa, batata causa.



Banana Erótica.



Banana Ouro em leite de coco com cocada branca.


Banana Thai

O nome original é Kluay buat chee, e a origem é thai, tailandesa e a tradução é mais ou menos “Bananas que viram monjas\freiras”. As monjas raspam o corpo e pouco saem ao sol, dai que são branquinhas... Esta é a história de um thailandês “meio” moralista... enfim quem quiser ver a historinha está em  história da banana que virou monja. em inglês.

A coisa resume-se em cozinhar a banana, e no meu caso cozinho uma banana ouro, mas poderia ser uma São Tomé, creio que é a original. Cozinhar a banana, não a ponto de desmanchar em leite de coco adocicado.
Aproveitei que passava pelo centro e uma 'moça' que disse que era 'moço' bonito, tudo por ela me perguntar se eu queria cocada branca ou queimada, eu que não perco viagem disse que morenas, só as mulheres, e ela disse que ainda bem um moço bonito gostar de homens, seria uma... enfim. Comprei cocada branca para cozinhar junto com o leite de coco até ele espessar um pouco e usar do açúcar que há na cocada para adoçar o creme de leite de coco. Depois desta operação tumultuada coloco a banana na dança.
Pode ser consumida quente ou fria. Por adultos e crianças. Velhos e Velhas.
Pode-se ainda acrescentar ao final ou no momento de servir uns frutos secos partidos, sei lá, o que você tiver em casa. Eu uso a cocada. Cocada boa!