É uma receita que até
mesmo Jung, que não se “baseia” tanto na sexualidade, diria:
Fundamentos sexuais, porque se fosse Freud diria: libidinoso. Não
sei se poderia negar a assertiva junguiana, dada a terrosidade da
beterraba, a vulvanidade do mexilhão e somado a essa cor da
beterraba.
Os mexilhões
coloridos, vermelhialaranjados, são os machos, os ou as, clarinhas
são as fêmeas. Eu gosto muito de mexilhões e das mexilhonas.
Depois do Perequê, no
Guarujá, na estrada de Sorocotuba ou ali perto, no Dalmo's, comi uma
bandejada de mexilhões, que pelo preço jamais esquecerei. Um dia
cruzei do mercado Modelo para Itaparica e as dez em ponto me
ofereceram um catado de sururu ao vinagrete, (vinagrete nesse caso é
tomate, cebola e coentro picadinhos) e sururu é mexilhão. Em ambos
os casos me morri de tanto comer, porque as companhias em geral
“odeia” frutos do mar e 'muito, mais, ainda' coentro, então
pedem um filé de peito de frango.
Dai que outro dia fui
na casa de um conhecido, por questões eleitorais, e lá há um
loureiro. Um loureiro é raridade. Encontramos até nas piores casas
do ramo, umas folhas de louro embaladinhas. Mas um loureiro! Nein.
“Roubei” umas ramas do loureiro do Zé Pograma. Fiz o que pude
com o louro fresco. Até que chegou o momento da beterraba. Combinou
à perfeição. O olor é indescritível.
Comecei a fazer uma
fritada de cebola, beterraba, alho e louro, que me pediu vinagre.
Nada mais nada menos que 'Escabeche”. Logo de seguida aquilo
começou a me pedir algo mais, eu disse vinho branco seco, cabernet,
era o que tinha, e continuou a pedir... Tinha na geladeira uns
camarões, lagostins, lulas e mexilhões que trouxe de Ubatuba. E
terminei por casar beterraba, louro e mexilhonas e mexilhões.
Cozinhei uma beterraba desde a água fria, fatiei-a em rodelas bem
finas, enrolei-as como se fosse um cone. Recheei esses cones com uma
maionese de leite e óleo de milho com estragão fresco. pelasbarbasdosmexilhões.
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