Licor Jabuticaba.
Quisera ter poesia para dar a Jabuticaba todo gozo que ela me dá. Desde a sua espantosa cor quando madura. A Jabuticaba deve se prestar inclusive para um principiante em pintura de natureza morta, aprender onde colocar o reflexo da luz incidente sobre seu corpo redondo. De outro modo para um observador principiante de pinturas de natureza morta aprender e onde vem a luz que nela incide. Muitos olhos cor de Jabuticaba eu vi e outros me viram e alguns os mais interessantes que fingiram não me ver. Pecavam na interpretação do papel ao ignorar o detalhe de que da luz incidente sai o reflexo em ângulo conhecido.
Mas a Jabuticaba é mesmo espantosa quando a levamos a boca. Com uma ligeira pressão dos pré-molares... plóc! A Sabará – uma das mais doces – deixa na cavidade toda a sua surpresa, e uma após a outra, mais surpresas, as mesmas e outras. Gosto de insistir um pouco em mordiscar sua pele e obter algo de acre, que contrasta com a doçura do seu algodão. Se não fosse, eu, esse vira-latas oswaldiandradiano, deixaria para sempre de botar a cereja no topo dos bolos, doravante culminaria todos com uma Jabuticaba e para sempre e sempre que a encontrasse, e sempre que não, não faria bolo.
Deixei de remolho por três dias dentro da geladeira: Jabuticabas e uma pinga branca adoçada. Talvez o ideal fosse usar álcool mineral.
No terceiro dia fiz um xarope 1:1 açúcar e água e adocei o álcool jabuticabalizado.
O quanto doce e o quanto diluído, é uma questão de gosto. Mas eu usei 500ml de água para 500ml de pinga. A pinga tem 32% de álcool assim que o licor tem 16%. Forte!
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