Em Morro de São Paulo acampei no mato para trás da Igrejinha. Antes da chegada dos Argentinos, que encheram o mundo de pousadas. Depois de sofrida mas bem aventurada travessia da foz do rio Valença da cidade de mesmo nome até o pier de Morro, que fica ao pé do Forte de Tapirandu. E seu pórtico Real. Para subir o morro ajudou-nos o Preto Sexta-feira ao lombar as malas.
Meu primeiro Bobó de Camarão degustei ali. Tomei um café muito especial feito pelo Taborda, no bar creio que com o mesmo nome, ele não quis me explicar como conseguia aquela densa espuma ouro marrom sobre o líquido preto amarronzado. Vi um casal francês, ele a correr dela, esta a implorar em prantos cada vez mais sentidos a medida que ele corria e mais e mais se afastava. Pierre arrete! attendre! Não soube o final. Não dá para dar volta na ilha pela orla. Acho que estou misturando dois filmes. Pois fui três vezes à Ilha. Uma delas em voo solo. Esta não interessa, pois em solitário, não entro em igrejas ou restaurantes.
No fim as duas histórias tiveram o final que depreendia da cena francesa. Ne me quitte pas! Moi je t´offrirai. Des perles de pluie venue de pays où il ne pleut pas. Te ofereço pérolas de chuva de um país que não chove. O que mostra que ninguém quer viver de poesia, ou melhor de poeta. Mas comi sim meu primeiro bobó ilhéu, desta cozinha negra e indígena. Dendê. Leite de cocô. Mandioca. Coentro e camarão. Pimentões. E pimenta.
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