Proibido
proibir.
Uma
revolução de bordões. Proibido proibir. Maio de 68 quis instaurar
a imaginação ao poder, mas a França de De Gaulle e Pompidou não
mudou nada apesar das barricadas, greves e das manifestações
multitudinárias que gritavam por liberdade. Muito, daquele
movimento mítico se resumia a posturas, era a
Paris
de Casablanca a qual todo progressista podia retornar quando o nó da
gravata apertava mais da conta.
Tudo
começou em 1967, quando se matriculou a Universidade de Paris
Nanterre um ruivo de origem alemã, Daniel Cohn-Benit.
Naquele
mesmo ano protestou contra a separação de rapazes e moças nas
dependências universitárias, entrando numa residência feminina ao
grito de “ livre circulação!” “ liberdade de ir e vir!”
Em
22 de março de 1968 voltou à carga. E então foi mais radical. “
Ocupemos a universidade!” era um líder nato. 150 estudantes o
seguiram. “Não à Universidade Burguesa!” As palavras de
Cohn_Benit rapidamente se transformam em grafites pelas paredes de
Nanterre. “ Não podemos tolerar a prisão de seis jovens que
protestavam contra a guerra do Vietnã. É falso que não podemos
fazer nada contra o poder”, gritava ele animando seus companheiros
desde o oitavo andar de um dos edifícios administrativos. No dia
seguinte foram desalojados, mas as autoridades conseguiram justo o
oposto do que pretendiam. “Vamos para Sorbona!” Em 3 de maio, faz
51 anos, receberam um apoio multitudinário em Paris.
Começava
o famoso Maio de 68. De fato, foi uma primavera convulsa pelo mundo.
Os jovens norte-americanos contra a guerra do Vietnã; um branco
assassinava Martin Luther King e a URSS esmagava a tentativa de
abertura da Tchecoslováquia, fazendo esvair em sanque aquele país.
Politicamente,
Maio de 68 fracassou. Não se produziu a revolução que pediam os
jovens e De Gaulle recebeu um suporte massivo pelas ruas e das urnas.
Daquele
movimento saiu uma nova esquerda que se afastava de Moscou. Uma
esquerda que, meio século depois, se parece tanto à direita, que
está em crise.
Receita de Tacu Tacu
Desde sempre foi um hábito familiar, requentar arroz e feijão num mesmo recipiente. O fundamental é que sejam do dia anterior. Um dia entretanto quando fazia isso para almoçarmos no trabalho, mi 'segundo', el peruano Carlos Lopes, me disse que havia um prato de seu país que se chama Tacu Tacu, fundamentalmente com tais ingredientes, arroz y frijoles de ayer hechos a la sarten.
A diferença básica é que uma vez misturados fica-se a dar tombos na mistura. Dar tombo é aquele movimento que cozinheiro adora fazer, misturar os ingredientes sem usar a colher. Uma vez aprendido o segredo do movimento é uma delicia. Zump! E la está o omelete de barriga para baixo. Pois é isso. Dei uma incrementada, coisa que os peruanos também a fazem, um fio de azeite, um alho passado pelo micro ralador, uma tirinha de bacon micro picada, uma pimenta malagueta e a dar tombos. A mistura vai secando. Não pode deixar fritar demasiadamente, mas um pouco é bom, vai do gosto também, quando o arroz, principalmente o arroz, que às vezes escapa do amalgama, pula como uma pipoca, é que a coisa tá ficando boa, pronta, dou mais uma virada, um tombo, ludicamente, a mistura vai ganhando forma, os ingredientes 'quase' se amalgamam, é uma só peça. Os arrozes e os feijões da superfície ganham um sabor de fritos, e uma certa crocância.
Guarneci com um purê de inhame e um ovo frito.
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