Pão de fermentação natural
e o conto Fakenews.
Meu
revólver é bem calado, só conhece seis palavras, quase iguais. Sei
que no mundo não há duas coisas iguais. Nem gente, nem revolveres,
ou as garrafas de Old Parr, nem um Cohiba, nada, mas seria capaz de
distinguir meu revólver entre centenas: a empunhadura, o guarda
mato, o cão, mesmo que não o tivesse limado para que não
engastalhe na roupa na hora da pressa, mesmo assim o distinguiria.
Pode
parecer extravagante que o amante de arma de fogo se refugie numa
igreja, mas que fazer se Armando Colto me persegue empunhando uma
pistola automática de cor preta azulada com seis balas calibre 45 e
que - estão gravadas com seu nome - ele me avisa.
Na
pressa percorro o altar e salto para atrás dele no momento que Colto
dispara três balas cuspindo fogo. Uma rebota no crucifixo e vem
deixando um traço pelo chão de mármore, passa de raspão a meu pé
direito. Outros outros três estampidos se ouve como resposta, para
dissuadi-lo de se aproximar.
Um
mão na empunhadura do meu revólver e a outra no punho dela levanto
a cabeça acima do parapeito do sacrário. Vejo os olhos pequenos de
Armando e demasiadamente próximos um do outro. Ele está ansioso
para demonstrar como soa sua automática. Dois tiros e fazem os
círios do altar voarem espatifados, soam mais dois em devolução,
salto e me escondo no confessionário. Outro disparo e logo se ouve
a resposta.
Levanto-me
lentamente e avanço pelo corredor central de revolver em punho.
Colto joga sua automática entre os bancos por debaixo dos
genuflexórios e se aproxima levantando os braços e cabeça baixa, e
dançando como faz boxeador sem talento, para tentar mostrar que sabe
os próximos movimentos.
_
Contei teus disparos – diz – teu tambor está vazio.
Puxo
o cão com força e cuidado, solto-o e o estalido ressoa na nave e o
fogo se vê.
O
silêncio congela o ambiente, Armando Colto jaz sobre os ladrilhos
hidráulicos, mirando-me com expressão de espanto, enquanto a vida
se lhe escapa por um perfeito buraco no meio da testa.
Como
fazer pão com fermento natural.
Fermento
Natural. Comece com uma parte de água, meia de farinha de trigo e
meia de farinha de trigo integral. No dia seguinte adicione uma parte
de água e uma de farinha de trigo. No dia seguinte faça o mesmo, e
repita o processo por uma semana. Ao fim de uma semana tem o fermento
natural e caseiro pronto. Mantenha sempre em lugar fresco, mas não
precisa ser na geladeira.
Para
fazer o pão.
Misture
farinha, sal (uma colher de chá) e um tico ( 30 g) de gordura (
óleo, azeite ou banha de porco) e água, então amasse.
Pode
ficar bem mole. Reserve por no mínimo 12 horas. Sempre dando umas
voltas na massa. Não precisa amassar.
Depois
de doze horas, junte o fermento natural, pode por bastante. E misture
bem. E levemente. O resultado deve despegar das mãos. Caso contrário
ou está dura demais, acrescente água. Ou mole demais, então
acrescente farinha. Amasse. Sove. Bastante. Mínimo 15min. Deixe
crescer por mínimos 50 minutos ( se for mais tempo só melhora, até
um máx de 48 horas).
Agora,
dê a forma do pão que deseja. Deixe crescer por no mín 30
minutos, se estiver frio deixe dentro de um forno por mais tempo.
Coloque numa forma para ir ao forno bem quente. Asse até que fique
da cor que gosta.
Espere
esfriar para cortar.
Coma
com tomate maduro, azeite e fatias de salame. Ou
da
maneira que você mais gosta.
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