Risoto de Suã, com Requeijão Poços de Caldas e Ora pro Nobis.


Risoto de Suã e Ora pro Nobis.



Dizem que há um festival de Ora pro Nobis em MG, onde fazem, mesm, sorvete da folha.

O suã é barato, por osso, mas é caro por demanda, primeira lei do capitalismo, misturada com o fetichismo intrínseco dos objetos. Vivas ao suã, viva o capitalismo, o fetiche e que se revogue a tal primeira lei. Valor de uso! Pois é! A carcaça da espinhela do suíno, tostada numa panela, junto a uma cebola, um talo de salsão e uma cenoura em rodelas, sem azeite ou gorduras. De seguida soma-se água e cozinha-se até as migalhas de carne e tutanos presos ao osso, se desenganchem com facilidade de utensílios.

Procedo normalmente, manteiga, cebola, arroz, vinho branco seco e então os ossos do suã, o caldo do suã, e mexo e remexo e caldo e mexo e continuo mexendo, e mexo. Caldo. Mexo. Remexo. Remexo. Mexo. Suã solta seus sabores suaves sobrevoadores. Provo o caldo. Encantador. Antes de meter a última concha de caldo de suã. Pico finamente umas folhas de Ora pro Nobis. Agrego. Mexo. Misturo. Divido. Interfiro. Enfim a última concha de caldo de suã. Quando está para secar. Meto uma colherada de requeijão Poços de Caldas. Roscotaner. Descansamos, e como.

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