Polvo, Porco e Batata.




Bem limpinho, submergi o polvo na água fria e levei a ebulir. Tirei do fogo. Dei um banho de gelo. Fiz esse procedimento por duas vezes. Voltei a submergi-lo e levei a fervura por trinta minutos. Há outras maneiras. O cefalópode apresenta as mesmas dificuldades de ponto de cozido, se acontecer algo de errado, ele sempre se apresentará borrachudo, ou se muito cozido perde a textura e se apresenta intragável. Há um modo todo particular no norte Português e em Galícia, que é o de sustar, 'assustar' o bicho.


 Mergulha-se o bicho em água fervente e retira-se, e repete-se o procedimento por mais duas vezes. Há outra que é a de sovar, bater no polvo, para desmanchar suas fibras. Há quem cozinhe com cebola, porque a cebola ajuda a abrandá-lo. A grande dificuldade, além do ponto de cozido, está em manter sua pele integra, coisa impossível para polvos que estejam congelados há muito tempo. Coisa bem fácil de ocorrer. Há um polvo num hiper aqui de Ribeirão que já soprou velinhas. Tudo por haver um exagero no preço praticado.

A ideia de combinar polvo com porco vem lá de Figueira da Foz. Mas eu experimentei o acepipe em Coimbra pelas mãos de uma antiga cozinheira. Lá a coisa era feita toda no forno. Batatas, lombo, polvo e banha, isso fez a coimbrã, e é inolvidável. Processo moroso, mas cá cozi as batatas em águas de cozimento do polvo, uns cubos de filé de porco passei por frigideira untada com banha de porco, o mesmo fiz com as batatas e nesse fundo reduzi caldo do cozimento do polvo, sal e pimenta do reino branca tudo a gosto, e esta facultativa. O caldo reduzido para salpicar sobre o conjunto.


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