Não faça uma feijoada
para tanto. Mas se for cometer uma feijoada, compre uns quiabos. Não
sei se é costume, sei que era um prato da infância. Cozinhava-se o
quiabo, mais exatamente minha mãe cozinhava os quiabos cortadinhos,
depois os escorria da sua baba. Lembro-me que havia uns quantos moleques, o Quica, o Pão, o Bui, o Vaquinha que adoravam esse quiabo. Comíamos esperávamos 'fazer a digestão' ( dez minutos) e íamos jogar bola. Em nossas peladas no campinho da
igreja, aqui em Bonfim Paulista, quando tudo ainda não havia sido
cercado. Veja como muito do que fazemos, com nobreza de pensamentos,
pois talvez não se possa negar que na igreja, nesse caso a
referência é a católica, seu corpo não mais fala senão em
solidariedade, samaritanismos etc. Porem na prática mela tudo.
Quando era menino, e junto com outros meninos e às vezes meninas,
jogávamos futebol no campinho da igreja, por vezes aparecia o Seu
Justo Justiniano, para botar ordem no meio campo, todos queríamos
ser Pelé ou Rivelino, ninguém queria ser goleiro, exceto quando me
metia a saltar e fazer pontes como Mazurkievisk, o Urru. Nossos pais
e mães trabalhavam. Mas tínhamos o campinho. E não precisava fazer
campanha para retirar meninos das ruas. Hoje o campinho virou uma
propriedade privada da Igreja, que a tudo cercou e lá dentro
pensando somente no seu umbigo, construiu umas barraquinhas para
arrecadar fundos para o seu saco sem fundo. Tirante que as tais
construções mais se assemelham a uma favela, somada de péssimo
gosto. Enfim, não há campinho. E que se verifique, que eu não
tenho tempo para isso, se o pároco não faz campanhas para isso e
aquilo para a molecada. O buraco é mais embaixo. A igreja é mais
lisa que baba de quiabo. É só um caso. Mas há muitos outros. Mas
volto ao quiabo. Quiabo com caldo de feijoada. Fiz uma feijoada,
excelente. Cozinhei uns quiabos inteiros, depois cortei-os e não os
escorri da baba. Só fiz em acrescentar o caldinho coado da feijoada.
Puro divertimento.
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