Garnizé assado ou Galeto, quem sabe!!






Nasci na roça, trabalhei na roça, e os garnizés eram enfeites barulhentos, se houvesse um zoo freudianismo diria que têm síndrome de cuco, imagino, da alvorada ao entardecer cantam de galo, bravos que só eles, pequenos que só eles também. Talvez por tudo isso fui comer um bicho desses em São Paulo, na região central, levado, não sei por quem, o trauma deve ser tanto que me esquece quem me leva, me esquece o sabor daquela penosinha, me esquece até o nome do restaurante. Depois de tudo isso comi uma outra vez, por ocasião da guerra do Iraque, ou da gripe aviária, não sei bem, sei que fui ao Pão de Açúcar do Cambuí e me deparei com essas avezinhas, que pesavam entre 999 gr ou 1,001 kg, padronizadíssimos, foi o que me chamou a atenção, além da língua árabe expressa, e eram da Sadia, e custavam um real o quilo. Passaram os anos e nunca mais vi tais bestiolas para comprar, nem as procurava, até que ontem me dei com eles no Extra, comprei, deixei marinando com alho, louro, pimenta, cebola, cebolinha, salsinha e sal. Temperei por debaixo da pele, dele, enfim, fiz e desfiz.  Meti-o forno adentro e assou em trinta minutos. E era tão idiota como a galinha de granja. Assim que não vale a trabalheira e o gás que se gasta.  

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