Arroz preto e feijão branco.
Lá pelos idos de 2000
ou antes um pouco, quanto?
não posso precisar e nem é preciso, como viver não é, mas
navegar, diz o poeta que sim, que sim, que é preciso, dai que os
descobrimentos não são de todo casuais. Claro o Pessoa era
nacionalista. Como dizia, conheci o Ferrero, pesquisador do IAC que
passado uns meses me apresentou o arroz preto, que o Instituto
desenvolvia, quer dizer, buscava sítios de aclimatação, para a
exoticidade chinesa. Comida de imperadores. Na e da época me
ficaram um sabor a castanhas, que Ferrero me influenciou a saber, por
mim quis acrescentar: pinhão, ele duvidou. Na verdade não é
preto, mas de um grená escurecido de uva merlot, quase preta
Asi..\ pasan los años\ y jo...\ me emborrachando... conheci em Espanha um arroz
tailandês, que meu amigo Mahmudo Tourè consumia, secundado por
frango com pasta de amendoim e caldo de carne, todo um requinte! Pois
tal arroz tái, também carrega esse olor, acastanhado, apinhoado, um
fundo de amêndoa amarga algo almiscarado. Tudo isso é o arroz
tailandês, além de ter um grão pequenino, quase feio. O preto,
arroz, digo assim, pois tenho um amigo Zé, que por negro o
chamamos, Preto, para discriminá-lo do outro Zé, que por branco, Zé
Branco. O arroz preto, ganha um circulo no inferno, pelo prazer que
proporciona em cor, aroma e sabor. Acho que o Zé Preto também, já
deve ter nalgum canto do inferno bem aquinhoado, uma cadeira de
palhinha. Depois de fazer um refogado mínimo em manteiga e cebola
roxa, cozinhei a fera por uma hora e quinze minutos, o grão ficou
inteiro, e a casa com olores orientais, sem ser o maldito incenso.
Para acompanhar o arroz preto, nada mais dual que o feijão branco, o
mundo é dual, bem e mal, claro e escuro, doce e salgado, curintia e
o resto, doce e amargo e deixo para o final a dupla modelo: amor e
ódio; os inseparáveis. O feijão branco depois de cozido, passei
pelo azeite onde havia fritado uns trocinhos de toicinho e linguiça.
Tudo salpimentado a gosto.
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