A abobora, desde logo,
é o ser mais carnavalesco que conheço. Se presta ao Halloween, a
ser comida de porcos, ao doce, ao salgado, verde ou madura, pequena
ou imensas, como as que se produzem mundo afora acima de 500 ou 1000
quilogramas. Miniaturas decorativas de variadas formas e cores,
multicolores até. Dessa maneira é pura ludicidade. Mas tem sabor e
se entrega sem resistências aos nossos desejos. O jaba, por sua vez,
embora muito maltratado via de regra, é também versátil. Já o vi
em todo tipo de apresentação, inclusive escondido, neste, está
implícito certa vergonha do seu preparo, na origem. Devia ser
ocultado. Enfim, sociologia, rasteira, de minha parte. Quando menino
plantei aboboras, as cuidei, as reguei, as livrei de ervas daninhas
em meio suas ramas ásperas, do talo de sua folha fiz instrumento de
sopro, vi meu tio voltar com toda a carga, sem valor, aos porcos,
dizia, e talvez chorasse, mas não vi.
Desde aonde sinto o
paladar da carne-seca, penso que ela está bem casada com cebola,
cheiro verde e certamente com abobora madura.
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