Sexo, Vôngole e Prosseco.




E Ela me fez homem, do quase nada, se ex nihilo nihil fit*, partiu dum bonfinense, quase bovino. Não me fez daquele jeito demiúrgico, um bonequinho de barro e um sopro. Não! Primeiro me apresentou São Paulo. Eu vi que era bom. Depois o Madame Satã e também era bom. Depois Te deum**, Ubu, Folias, Physicas, Pataphysicas e musicaes e também era bom, depois The Smiths e por fim spaghetti com vôngole, e tudo era uma delicia. Então me libertou, ergo sum.







O bacana é usar as pedrinhas ( berbigão para barrigas-verdes, vôngole) frescas, ainda fechadas.
Muito cuidado com isso: as que estiverem abertas antes de cozê-las, lance-as.
Depois de cozidas as que permanecerem fechadas: lance-as.












Eu costumo cozinhar, no caso, um quilo de pedrinhas em um 1\2 copo de vinho branco seco, para que abram com o vapor e gosto de usar a água que deixam escapar, é puro mar.



Fiz uma fritada de alho, mal frito, pouco frito com tomates em cubinhos e bastante salsinha. Boto ai as pedrinhas. Salpimento. E posso passar uma tarde chupando-as, com um vinho verde, um Prosseco, gelado. Ou meia duzia de Heineckens.






Em todo caso jogo dentro da frigideira um punhado de espaguetes e deus nos acuda. Um pedaço de pão para besuntar no excesso de azeite. Nesse caso para delírio da fiel, salpico sal.




    *do nada nada se faz.
    ** Te deum laudamus. A vós, ó deus louvamos. 

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