O Cefalópode tem seus melindres para ser preparado. O que mais gosto é o de execução rápida. Quando digo rápida é zás trás. Instantâneo. Uma frigideira com azeite bem quente. Passo a lula de um lado e outro por dois minutos somados. Desta maneira consigo libertar e não perder a sucosidade do bicho. Acima desse tempo, vamos experimentando texturas cada vez mais impossíveis de mastigar, chegando ao ponto do mascar. Para então se continuarmos a cocção chegarmos novamente a algo que se trinque entre os dentes. O detalhe é que neste outro processo de longo tempo de cozimento, todo o suco do octópode está no caldo. É um grande problema comer lula a dore em nossos bares, por uma infinidade de motivos, dentre os quais a temperatura do óleo, a qualidade do empanamento, e a origem e tempo de congelamento do bicho.
Para acompanhar a lula fiz um azeite com salsinha, alho e amêndoas ( faltou avelãs), que pode ser feito num pilão. Cru. Salpimento na hora de servir.
O húmus é grão de bico mais alho, azeite, suco de limão tudo batido e misturado com Tahine. Tahine é pasta obtida de azeite de sésamo ( gergelim), gergelim torrado e um pouco de água morna. Cada um pode dar a cara que quiser para essa fantasia sírio-libanesa, mas assim como está dito é algo fantástico. Eu acrescentei um teco de pimenta do reino branca.
O pepino é primo do melão, da bucha e da abobora. Junto às sementes do pepino está a maior concentração de sabores do fruto. Há quem faz um corte transversal na ponta do pepino e então esfrega um lado contra o outro para eliminar uma goma. Sim uma goma demulcente, emoliente que ajuda a amolecer, amaciar a pele. Basta. Nem uma receita pensava escrever, quanto menos uma bula.
Enfim botei açúcar no pepino fatiado e guardei-o na geladeira até a hora de servir. Para ficar geladinho. Doce como se fosse melão.
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