Comida de Boteco: Sanduba medieval: Sardinha “arengada”.

Outro dia fui passear no mercadão, Mercado Central, a comprar feijão-de-corda para um Baião de Dois. Comprei fumo goiano, comprei favas “almiscaradas” e brancas. Além do feijão-de-corda, motivo da visita, comprei também sardinhas secas, salgadas ou melhor arengadas – secas como arenques, claro há arenques defumados, fermentados etc – para fazer um prato medieval, que é digno dos mais dignos pés-sujos da



cidade. O prato é cometido com arenque, mas a sardinha seca e salgada que comprei no Mercadão não deixa cair a peteca. Paguei os incríveis R$ 1,25 por quatro exemplares. Com muito cuidado - valorizando cada centavo, como que de xelins se tratassem, e eu o avaro que tal moeda me implica remedar - sob um fio de água retirei as escamas – empurrando-as do rabo para a cabeça - e com a ajuda da própria espinha apartei os filetes. Numa palavra, delicia, assim, produto final, nada mais senão um fio de azeite, quiçá, limão! Pode ser.

Mas sobrou alguma coisa para o sanduíche medieval: uma torrada besuntada com azeite, bagas de uvas cortadas ao meio e os filetes de sardinha. Uma variação implica em esfregar tomate sobre a torrada – pa amb tomaquets, prato catalão – regar com azeite e repetir uvas e sardinhas. Outra variação é trocar a sardinha seca por fresca e grelhada.




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