Falla de Don Quijote Sideral.
Sinédoque.[Retórica Tropo que consiste em tomar a parte pelo todo, o todo pela parte; o
gênero pela espécie, a espécie pelo gênero, etc.
Metonímia.
Figura
de retórica que consiste no emprego de uma palavra por outra com a
qual se liga por uma relação lógica ou de proximidade.
Tem
essa coisa de estarmos diante dum acontecimento sinedóquico, de o
instrumento ter dado nome ao
prato. Em Espanha, como diziam os
antigos, em seus papiros, paella é uma frigideira, por isso, larga e
baixa. Não vou me meter a filólogo de última hora, por ser mais
bonita a questão simbólica figurativa.
Ou seja, no principio se
cometia o acepipe numa paella, onde outros acepipes eram, também,
perpetrados, cada qual a seu tempo, desnecessário dizer. O quê
aconteceu, então? Aconteceu que, num indeterminado momento, o prato
ganhou o nome, do recipiente, donde se dava a sua industria.
Aconteceu mais, tal prato ganhou fama, seu aroma enfeitiçou povos,
sua cor afugentou inanições, e isso se sucedeu a tal modo e ponto
que a paella, a paella instrumento, foi renomeada para paellera. A
coisa seria a mesma se, a feijoada se chamasse Caldeirão, e o
caldeirão hoje houvesse, para melhor entendimento, de se chamar:
Caldeirãoeira ou eiro, Caldeiraneira, Caldeirãeira. É a primeira
“inversão” do uso Metonímico|sinedóquico que conheço, assim,
sem pensar, de cor, de supetão, mais metonímica que sinédoque.
Tem-se
que, a paella é valenciana, e de tal paella há a vegetariana, a de
frutos do mar e a mista – mar e montanha – . Acontece que a
paella popular feita em Valência, é seca, com arroz solto, aonde
realça-se o sabor em detrimento da exuberância dos ingredientes,
pois trata-se mais de um arroz que qualquer outra coisa, e em outros
sítios da costa mediterrânea ganhou influências locais. Assim que
na Catalunha é mais suculenta, cremosa, caminha na direção do
risoto italiano, usa o arroz gordinho, que desprende mais amilase,
sendo mais afamado o Arroz Bomba. Em Valência, o arroz utilizado
está mais para agulhinha que arbóreo.
Paella
em Valência.
Agora
o mais importante em todos os casos é o caldo. Que no caso de uma
paella com frutos do mar, o importante é o fumê (francês) e o
suquet de peix ( catalão|valenciano) este feito basicamente com
peixes de rochedo ( peixes que habitam encostas).
O
suquet basicamente é cometido com cabeças. espinhas e peixe,
legumes – tomate, cebola, alho, salsão, pimentão vermelho - e
vinho branco.
A
paella é invariavelmente oferecida em restaurantes de “menu”
diário – o equivalente aos nossos self-services e quejandos – às
quintas e sábados como um primeiro prato. O costume, hábito é
comer primeiro e segundos pratos, aonde a carne está sempre no
segundo prato, o primeiro pode como a paella ser arrozes, massas,
etc. Claro que antes do primeiro há a ensalada e depois do segundo o
postre.
No
dia de São José, padroeiro de Valência, fazem a festa das Fallas,
A
queima das Fallas. Fallas são “esculturas” gigantes que ao final
da festa são queimadas. Trata-se de uma festa que dura três dias.
Cada Falla é produzida por uma espécie de Comunidade e essa
comunidade tem por hábito fazer uma paella em fogueira de lenha,
sobre o asfalto da rua.
Importante,
por fim, é o caldo de peixe. Depois do caldo de peixe vem o
refogado, o famoso “sofrigit” em catalão e “sofrito” em
espanhol. Que resume-se a cebola confitada em azeite por horas (
segundo o grau da tara perfeccionista de cada um), alho e tomate. A
essência da coisa é que a cebola se caramelize. Se temos o suco de
peixe e o refogado poderemos partir para a paella sem medos.
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