Bolinho de fu-fu.

Chovia e refrescou, e minha mãe pediu e eu fiz e lembrou-me bolinho de chuva, porém assado: bolinho de fu-fu

Numa panela em banho-maria ponho uma colher das de sopa de manteiga junto a uma xícara de chá de leite, uma pitada de sal ( para usar como doce, o sal é para “despertar o espírito do sabor” - sempre dormem os espíritos, só os de porco que não - ). Meu deus! quando abro aspas... paragrafo travessão na outra linha.
Bom como dizia, manteiga, leite, pitada de sal e colher de açúcar. Tudo no fogo até a manteiga estar derretida e o leite bem quente. Eu mais gosto de cometer esse bolinho que comê-lo, sorte que por aqui há muitas formigas.
Agora a quantidade de trigo. Depende do trigo, depende do leite, depende da manteiga, mas geralmente uma xícara é o suficiente.
Verta essa farinha na mistura de leite e tenha uma colher de pau à mão, misture e misture, mexa e mexa, desgrudou da panela ou quase! Pronto.
Ainda em banho-maria. Tenha dois ovos. Que! Bote um no fu-fu.
Um amigo - Mahmud Tourè - tanzaniano comia essa farinha cozida com leite, sal e manteiga; como guarnição para um frango com pasta de amendoim e caldo de carne. À pelota de farinha cozida dava o nome de fu-fu\fou-fou. Degusta-se a iguaria sem o uso de talheres, simplesmente com os quatro dedos, excluído o mínimo. Pega-se uma massinha e passe-a pelo frango inclusive pegando pedaços e, por óbvio, leva-se à boca. Envolta da mesa quatro cinco ou seis pessoas, duas cumbucas, uma com o fu-fu e outra com o frango. cunchukuru mungú ( acho que é isso, graças a deus, até eu seria crente de um deus que se diz: mungu)
Pois bem, posto o ovo na massa quente, mexa.
O banho-maria é para não cozinhar os ovos.
Em banho-maria. Mexa. Mexa e mexa, até amalgamar. O ovo além do mais fará com que a massa cresça ao ser assada. Mexa. O ovo somado é para desfazer o já feito. Essa bolota deve virar uma pasta suave, lisa, sem grumos, sem caroço, não tão mole como um angu. Normalmente eu consigo com um segundo ovo. Trata-se então de repetir o procedimento usado para o primeiro.
Acontece isso mesmo. Uma massa pegajosa, lisa e brilhante.
Convém usar uma manga pasteleira. Eu uso um saquinho que tenho reservado, com a resistência equivalente a de um saquinho de açúcar. Mas se não tiver, use a colher.
O forno é preaquecido. A assadeira preparada..
Passo a massa, pasta para o saquinho. Primeiro arregaço o saquinho como se fosse a manga da camisa. Pra não fazer lambança. Com o auxilio luxuoso de uma colher.
Com a pasta no saco. O saco com um pequeno orifício em um de seus bicos. Faço montinhos, cobrinhas e argolinhas.
Levo ao forno. Forno à temperatura de 150ºC mais ou menos.
Vigie. Vale a pena. Quando estiver dourado, está pronto.

Ele fica oco. E tudo que é oco pode ser recheado criteriosamente – Bentinho gostava de ler os livros “ocos” pois ao terminar a leitura o recheio ficava à sua conta - mas não há critérios. Inclusive se não colocar o açúcar na massa, pode-se cometer à salgado.

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